O PIX Garantido e PIX Parcelado estão entre as principais apostas para transformar o acesso ao crédito no varejo brasileiro. Essas novas funcionalidades do sistema de pagamento instantâneo, desenvolvidas pelo Banco Central, prometem simplificar o parcelamento de compras, dispensando cartões de crédito e operadoras tradicionais.
Desde o lançamento do PIX em 2020, o Brasil tem avançado rapidamente na digitalização das transações financeiras. Agora, com a expansão dessas modalidades — ainda em fase de regulamentação —, abre-se um novo caminho para democratizar o crédito e ampliar a competitividade das empresas no varejo físico e digital.
Neste conteúdo, abordamos:
- O que são o PIX Garantido e o PIX Parcelado.
- Qual o potencial dessas soluções para empresas do varejo?
- Quais os cuidados e condições para adoção.
- Como os sistemas de gestão devem se preparar.
- E de que forma o Open Finance pode apoiar essa transformação.
1. O que é o PIX Garantido e qual seu impacto no acesso ao crédito
O PIX Garantido é uma funcionalidade em estudo pelo Banco Central que permitirá ao consumidor realizar um pagamento via PIX mesmo sem saldo disponível no momento da compra. A transação seria garantida por uma instituição financeira, que antecipa o valor ao lojista e cobra do cliente posteriormente.
Esse modelo lembra o crédito tradicional, mas com o diferencial de não exigir cartão ou relacionamento prévio com bandeiras. O comerciante recebe o valor integral da venda, enquanto o cliente quita a dívida de acordo com o contrato com a instituição parceira.
Ainda em desenvolvimento, o PIX Garantido representa uma oportunidade para ampliar o acesso ao crédito no varejo, especialmente entre consumidores com acesso limitado a cartões ou linhas convencionais.
2. Como deve funcionar o PIX Parcelado no varejo
Segundo comunicado oficial, o PIX Parcelado está previsto para ser lançado em setembro de 2025, conforme divulgado pela Reuters. A proposta é permitir que o consumidor parcele o pagamento diretamente pelo app bancário ou carteira digital, enquanto o comerciante pode receber o valor à vista ou conforme o cronograma de pagamento.
Esse modelo:
- Reduz custos com adquirência.
- Facilita o parcelamento para quem não tem limite no cartão.
- Pode aumentar a taxa de conversão de vendas no varejo físico e online.
O Banco Central ainda estuda os mecanismos de liquidação, análise de risco e antecipação, que serão essenciais para garantir a segurança de todas as partes envolvidas.
3. Benefícios esperados para empresas do varejo
Tanto o PIX Garantido quanto o Parcelado trazem vantagens significativas para diferentes perfis de negócio, como:
- PMEs e microempreendedores que não utilizam adquirentes tradicionais.
- Lojas com tíquete médio elevado, como moda, eletrônicos e móveis.
- Serviços com recorrência, como academias, cursos e escolas.
Entre os benefícios mais citados estão:
- Aumento nas vendas, ao tornar o parcelamento mais acessível.
- Menos barreiras para o cliente, especialmente os que evitam o uso de cartão.
- Melhoria no fluxo de caixa, com repasse direto via instituições parceiras.
A consolidação do PIX como plataforma de crédito pode beneficiar também regiões menos bancarizadas, onde o acesso a soluções tradicionais de parcelamento ainda é restrito.
4. Vantagens para o consumidor que prefere evitar o cartão de crédito
Do lado do cliente, essas modalidades prometem:
- Evitar o uso de cartões e taxas rotativas.
- Ampliar o acesso ao parcelamento, inclusive para quem não possui limite disponível.
- Maior controle via aplicativos bancários.
- Menor burocracia na aprovação do crédito.
A adoção dependerá da oferta por parte do varejo e do incentivo das instituições financeiras, que deverão construir modelos de crédito mais inclusivos — especialmente com o avanço da análise comportamental e do Open Finance.
5. O papel dos sistemas de gestão e PDVs nessa nova etapa
Para oferecer parcelamento via PIX, o varejista precisará contar com um sistema de gestão preparado para lidar com:
- Registro de vendas parceladas e conciliação com o fluxo de caixa.
- Integração com módulos de contas a receber e relatórios de inadimplência.
- Emissão correta de documentos fiscais com destaque para o meio de pagamento.
- Adaptação às exigências da instituição financeira parceira.
Empresas que operam com sistemas integrados e atualizados têm maior facilidade para adotar essas soluções com segurança e eficiência.
6. Pontos de atenção: regulamentação, análise de crédito e parceiros
Antes de oferecer PIX Parcelado ou Garantido, é importante que o lojista observe:
- O estágio da regulamentação: as funcionalidades ainda estão em estudo e podem ser alteradas.
- A atuação das fintechs: apenas instituições autorizadas poderão intermediar esse tipo de crédito.
- As condições contratuais: taxas, prazos e condições devem ser analisadas com atenção.
- O impacto no capital de giro: o modelo exige controle sobre recebíveis e inadimplência.
A recomendação é buscar parceiros confiáveis e com integração compatível aos sistemas da loja.
7. Open Finance e a evolução da análise de crédito via PIX
Com o avanço do Open Finance, o crédito por PIX poderá se tornar ainda mais preciso e personalizado. O compartilhamento autorizado de dados bancários permitirá:
- Avaliar a capacidade de pagamento com base no comportamento real.
- Utilizar frequência, volume e regularidade das transações PIX como critérios.
- Reduzir fraudes e aumentar a inclusão financeira.
Essa abordagem substituirá os modelos tradicionais baseados apenas em score de crédito, oferecendo mais justiça e eficiência na concessão.
8. Como o varejo pode se posicionar para essa transformação
Para acompanhar essas mudanças, as empresas precisam:
- Atualizar seus sistemas de gestão e conciliação.
- Avaliar parceiros financeiros compatíveis com o novo modelo.
- Treinar as equipes para explicar o novo meio de pagamento aos clientes.
- Monitorar as diretrizes do Banco Central e as atualizações do PIX.
Essas etapas serão fundamentais para garantir competitividade no cenário de transformação dos meios de pagamento.
O PIX como ferramenta de crédito no varejo: o que esperar
O uso do PIX como instrumento de crédito representa uma ruptura na lógica atual de parcelamento. Sem depender de cartões ou adquirentes, o varejista ganha mais autonomia e o consumidor, mais acesso.
Ao acompanhar essa evolução com atenção e preparo, sua empresa pode se antecipar às mudanças e aproveitar oportunidades de crescimento com mais margem e fidelização.
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João Busin, possui mais de 16 anos de experiência no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas para o varejo. À frente da Tedsys, ele impulsiona a inovação e a eficiência no setor de software SaaS, oferecendo ferramentas avançadas de gestão empresarial que ajudam empreendedores a transformar desafios em oportunidades. Apaixonado por tecnologia e gestão estratégica, João dedica-se a criar soluções práticas que simplificam operações e promovem o crescimento sustentável das empresas.